A culpa é das estrelas (livro)
Ficha técnica
Título original: The fault in our stars
Gênero: Drama; Romance
Escrito por: John Green
Número de páginas: 283
Editora: Intrinseca
Classificação: 4/5
O livro conta a estória de Hazel Grace, uma jovem portadora de câncer de pulmão, que ao conhecer um outro paciente em um grupo de apoio, Gus Waters, ambos começam a vivenciar grandes aventuras juntos. Dentre estas está a de conhecer o autor de sua obra literária favorita, "Uma Aflição Imperial", que fala sobre uma jovem que, assim com Hazel, possuí câncer.
Bom, este foi um livro bastante diferente, principalmente por abordar o câncer como um tema central e, ainda por cima, de pontos de vistas alterados. Hazel Grace é uma personagem que deixa qualquer um abismado. Pela sua inteligência talvez, ou pelo modo como consegue superar as dificuldades.
Dizem que quando se está perto da morte, todos os momentos bons são revividos em sua memória, todas as lembranças… As vezes me pergunto se este não foi uma metáfora utilizada pelo autor para dar algum "sinal", de que a morte, em certo ponto de vista, pode ser encarada como uma coisa boa.
Para ser sincera, esperava mais do livro. Esta é uma obra que, na época em que lançou, que foi quando li, fez bastante sucesso... Todos falavam sobre. Chegaram para mim diversas vezes e disseram coisas do tipo "Melhor livro que já li", etc. Então talvez até por ter ido com muita expectativa, acabei me decepcionando um pouco. Achava até mesmo que seria um daqueles que me fariam vir a ter uma daquelas "depressão pós-livro", mas não.
Todavia, devo dizer, uma obra bastante intrigante, com frases de efeitos (que aí sim posso afirmar, muito lindas) e abordando um tema sério, real e atual, que mostra os diferentes modos de cada personagem lidar com essa doença que vêm alcançando, cada vez mais, pessoas de todas as idades e gêneros ao redor do mundo. Mostrando, por exemplo, a situação dos pais da protagonista Hazel, bem como o jeito deles de viver, suas rotinas, etc; sabendo que mesmo com todos os tratamentos realizados, devido a intensidade da doença e também dos seus tratamentos, a qualquer momento pode "chegar a hora" e eles terão de aceitar esta realidade, por mais difícil que seja, e saber tratar do assunto com certa "naturalidade".
Achei bastante bonita a naturalidade vista pelos pacientes do câncer com a morte.
INÍCIO DOS SPOILERS
Ao concluir o livro me indaguei se o mesmo não tinha finalizado da mesma maneira como em "Uma Aflição Imperial", apesar de Green não ter declarado isto, já que a obra acaba sem ter uma explicação certa. Algumas perguntas ficam pelo ar e não se sabe, nem mesmo, o que aconteceu a personagens como a própria Hazel, ou ao Van Houten, ao Isaac[…].
Ao fazer algumas pesquisas para esta resenha, achei no site oficial do livro um tópico de perguntas feitas por leitores ao autor, que achei bastante interessante ter conhecimento sobre curiosidades da obra em si. Resolvi colocar as que mais gostei aqui:
likeatreenymph
perguntou: Eu fiquei me perguntando sobre o
sentido que há por trás do fato de a Hazel passar a chamar o Augustus
gradualmente de "Gus", mais para o fim do livro. Eu nem tinha
reparado nisso até o Augustus chamar a atenção dela para esse detalhe.
R.: É, bem, eu tive de fazer o Gus chamar a
atenção dela para isso, para o caso de você não ter reparado. :)
Augustus é um
nome de peso. É o nome do primeiro imperador do Império Romano, um nome
associado a confiança, a bravata, a estátuas de mármore etc. Gus é um nome bem
menor, mais frágil – o tipo de nome que aparece em livros infantis ilustrados,
por exemplo. De certa forma, eles são o oposto um do outro: um deles é um homem
importante e forte; o outro, um garotinho frágil e que corre o risco de morrer.
Hazel
o chama de Gus mais vezes conforme ela o vai conhecendo melhor, quando aquele
cara dos sonhos de qualquer menina se esvai e ela passa a conhecer, a lidar
com, e a amar um garoto frágil, desesperado e belo.
Quando eles estão no avião
juntos, e a "máscara" dele cai e ele fica nervoso e animado com a
experiência de voar pela primeira vez, e ela não consegue evitar sentir afeição
por ele, aquele é o Gus. Quando ele usa palavras difíceis, às vezes meio erradamente,
aquele é o Augustus. :)
letsyoutofhistown perguntou: Você poderia falar mais sobre o significado do título A culpa é das
estrelas? Sei que existe uma referência a isso no livro, mas não consegui
alcançar exatamente o significado dela.
R.: Bem, na frase de Shakespeare,
"estrelas" significam "destino". No texto original, o nobre
romano Cássio diz a Bruto: "A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas
estrelas / Mas de nós mesmos, que consentimos em ser inferiores." Ou seja,
não há nada de errado com o destino; o problema somos nós.
Bem, isso é válido
quando estamos falando de Bruto e de Cássio. Mas não quando estamos falando de
outras pessoas. Muitas delas sofrem desnecessariamente, não porque fizeram algo
de errado nem porque são más ou sei lá o quê, mas porque dão azar. Na verdade,
as estrelas têm muita culpa, sim, e eu quis escrever um livro sobre como vivemos
num mundo que não é justo, e sobre ser ou não possível viver uma vida plena e
significativa mesmo que não se chegue a vivê-la num grande palco, como Cássio e
Bruto.
Anônimo
perguntou: Por que você colocou a Kaitlyn no
livro? Por que a Hazel seria amiga de alguém como a Kaitlyn?
R.:
Ah, eu gosto da Kaitlyn. Uma das coisas que não dá para ver muito bem, porque o
livro é escrito da perspectiva da Hazel, é que a Hazel é: 1) muito bonita, e 2)
ela era bastante popular quando frequentava a escola. Só que faz muito tempo
que ela não vai lá.
Nós achamos que “popular” é antônimo de “inteligente”.
(Nós, nerds, em especial, parecemos gostar dessa ideia.) Mas a verdade é que
existem muitas pessoas populares que também são geniais e bastante engajadas
intelectualmente. (Kaitlyn talvez não seja uma dessas pessoas, mas a Hazel com
certeza é.)
Agora, o motivo pelo qual coloquei a Kaitlyn no livro: eu quis que
o leitor fosse capaz de ter alguns vislumbres da vida da Hazel antes da doença,
que era radicalmente diferente da vida que ela leva no livro, e quis que o
leitor percebesse a distância entre Uma Vida Normal no Ensino Médio e A Vida
que a Hazel Leva Agora.
(Para ver as demais perguntas, ou ter mais detalhes sobre a obra, clique aqui).
Este foi um livro ao qual não posso dizer, ao certo, se gostei ou não. De fato, acredito que em alguns aspectos o autor poderia ser um pouco mais detalhista, explorar o seu conteúdo.
Como em todas as estórias, escritas, contadas ou seja lá que tipo for, tende a ter um clímax e a deste (que acredito ter sido o momento em que Gus e Hazel vão encontrar com Van Houten, me decepcionei bastante. Tanto com Van Houten, quanto como a consequência que este personagem trouxe ao livro, mudando a sua direção por completo. Acredito que Hazel tenha se sentido como se a vida não possuísse mais um propósito, e talvez esta tenha sido a "jogada" com que Green quis significar em seu título A culpa é do "destino" (como visto na explicação acima), por Van Houten ter se tornado deste jeito devido a morte de sua filha, como se a vida fosse uma grande bola de neve.
Gostaria de destacar também sobre a parte do livro em que mais gostei, que me marcou muito e que acredito ser a mais emocionante.
"Não posso falar da nossa história de amor, então vou falar de matemática. Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros. Um escritor de quem costumávamos gostar nos ensinou isso. Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Queria mais números do que provavelmente vou ter, e, por Deus, queria mais números para o Augustus Waters do que os que ele teve. Mas, Gus, meu amor, você não imagina o tamanho da minha gratidão pelo nosso pequeno infinito. Eu não o trocaria por nada nesse mundo. Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados, e sou muito grata por isso."
FIM DOS SPOILERS
Ah, eu vou parar de falar por aqui, caso contrário irei acabar contando coisas demais e se não perde a graça. Este é um livro que deve ser guardado de coração, devido as lições e mensagens deixadas nele, mesmo que algumas estejam implícitas. O romance dos dois, algumas vezes até a obra por completo, me lembrou muito o filme "Uma prova de amor" que também trata sobre câncer, os pontos de vista da doença e claro, do amor… Ah, o amor!
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